terça-feira, 17 de maio de 2011

O tribalismo de Michel Maffesoli


Vamos voltar aos livros de história. O que você via como tribos? Grupos de índios! E de acordo com o dicionário Aurélio a palavra "tribo" significa "Qualquer povo, geralmente não-letrado, unido quanto ao território, língua, cultura e instituições sociais". Mas essa palavra mudou de significação. Os estudos de Michel Maffesoli, sociólogo ligado à Universidade de Sorbonne, em Paris, formaram um outro possível significado à palavra.

Tribos urbanas, neotribalismo, tribalismo pós-moderno, ou simplesmente tribos, essas foram as expressões que passaram a ser usadas para definir grupos ou "panelinhas" de jovens que viviam na modernidade.


Nessa entrevista, Maffesoli fala que "Estamos notando em vários lugares uma certa desafeição pelas grandes instituições sociais, como os partidos políticos e os sindicatos. Em cidades grande como o Rio ou São Paulo, as pessoas estão se reagrupando em microtribos e buscando novas formas de solidariedade, que não são encontráveis necessariamente nas grandes instituições sociais habituais". Ou seja, pode ser que seus tios ou seus pais participavam de grupos militantes de partidos políticos, por exemplo, mas essa já não é a sua, você prefere ficar com seus amigos ouvindo rock, ou jogando videogame, ou futebol, etc.

Eu falei de rock? Pois é, os jovens podem não estar mais ligando para partidos políticos mas isso não quer dizer que deram as costas para a sociedade. Paz, união, respeito, amor, honestidade... Tudo isso é desejado pelos jovens, mas em vez de sair às ruas e lutar, eles criam músicas, filmes, manifestações na internet, grafitam as ruas.

E nem pense que estamos regredindo! O próprio sociólogo declara na mesma entrevista que "Não é uma caminhada para trás: é a volta a elementos que a modernidade julgava ultrapassados, arcaicos, fundamentais, como um humanismo forte, uma verdadeira solidariedade juvenil, uma nova fraternidade. Tribalismo, para mim, é um novo humanismo, mais completo, rico, em que o trabalho tem o seu lugar, mas ao lado do prazer, da estética, da criação.".

Quer entender mais? Leia a entrevista completa!

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