segunda-feira, 30 de maio de 2011

Tribos ONline



A sociedade vive uma constante divisão, são vários gostos diferentes e cada vez aparece mais fatos que dividem as pessoas e assim surgem as tribos urbanas,que são grupos de pessoas, na maioria, jovens, que se juntam com objetivo de formar uma rede de amigos que tem o mesmo interesse (musica, roupas, pensamento, etc.). Esse movimento de pessoas vem sendo estudado pela antropologia, desde o século 19, na Inglaterra.

“Nas cidades você tem um esgarçamento de valores de religião e família que são os valores que pautavam os comportamentos tradicionais. Você acaba, por isso, recorrendo a tribos, que tem linguagem própria, roupas próprias, um código de conduta próprio. Essa é uma nova forma de solidariedade que a gente encontra na sociedade contemporânea principalmente na sociedade urbanizada”, diz o sociólogo Luiz Rufino

Quase sempre o estilo musical é a chave para essa divisão de pessoas, pois a maioria das tribos é divida por gostos musicais: punks, metaleiros, pagodeiros, grunges. A maioria dos integrantes dessas tribos são jovens, “os jovens já cresceram em um ambiente urbano onde a família e religião já não são valores mais construtivos para a sociedade. Eles já cresceram onde esses valores se desfizeram por isso o jovem acaba sendo o primeiro a aderir. Ele tenta buscar uma identidade é da característica do jovem renegar a identidade paterna e familiar em busca de uma própria personalidade. Dentro dessas tribos ele vai se identificar”, explica Rufino.

Esses grupos estão sempre em constante mudança, gerando novos estilos. Essas tribos são criadas com o intuito de desafiar a sociedade e viver como se tem vontade, e muitas vezes, acabam sendo mal interpretados.

Hoje, essas tribos estão se fortalecendo pelas redes sociais. Elas ajudam na comunicação dos membros das tribos. Nelas eles se juntam para comentar, criar histórias, dividir experiências, trocar opiniões. “As redes sociais permite uma comunicação maior, uma amplitude maior, assim, uma tribo consegue ter representantes no mundo inteiro. As redes sociais permitem na verdade que eles difundem seu conhecimento e suas regras e valores e conseguem novos adeptos”, diz Rufino.

A internet pode também auxiliar nas criações de novas tribos, de acordo com o sociólogo Luiz Rufino, muitas tribos só se dão pela internet, seus integrantes nunca se viram. “A internet contribui para a criação de novas tribos, inclusive tem tribos que só se dão pela internet onde os integrantes nunca se viram. É o espaço que a internet propicia pra eles.”

E foi na internet que surgiu a mais nova moda entre os adolescentes, os diários em vídeo. Eles fazem vídeos caseiros e neles contam tudo: lugares que frequentam, músicas, roupas, filmes, etc.

Relatam nesses vídeos conflitos familiares e dessa forma a vida deles fica expostas. Não precisa ser amigo ou conhecido, basta acessar a internet e se tem acesso a essas informações. O adolescente precisa discutir com outros sobre situações que eles estão vivenciando, isso é típico da idade. Agora gravar vídeo e colocar na internet é uma exposição. Não que vá prejudicar na vida adulta, porque depois ele pode desenvolver uma critica do que ele fez. Mas acho que é uma exposição desnecessária e que pode gerar uma conseqüência. Não sei falar que tipo de consequência negativa que pode acontecer, mas mostrar o rosto e colocar isso em um ambiente mundial é se colocar em risco.

Muitos adolescentes ganham fama por relatar a vida pessoal para os outros membros e certo limite vindo dos pais seria importante. Os pais têm que preservar esse adolescente, eles podem estar conversando ,trocando ideias sobre esses assuntos, dividir as informações, as vivencias deles. Na adolescência, você tem que dar liberdade e ao mesmo tempo dosar essa liberdade porque eles muitas vezes confundem liberdade com libertinagem, então precisa sim, os pais colocarem limites, não no que eles conversam, mas no tanto que eles se expõem.

Como a sociedade tende a ser conservadora a resistência contra esses movimentos de jovens são bem visíveis, mas hoje até que o preconceito não está mais tão forte. “Hoje não há mais uma resistência tão forte quanto a isso, é mais uma curiosidade das pessoas, a resistência é bem pequena. A resistência parte mesmo de uma tribo para outra devido à identidade dentro da tribo daí você nega a outra”, finaliza Rufino.

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